Mais um neologismo
que vem se tornando a competência preferida dos avaliadores nos exames de
seleção e é o critério de seleção mais importante dos mais importantes
headhunters no mundo.
No universo
corporativo cada vez mais competitivo, não basta você conseguir conceituar
direitinho e recitar de cor e salteado o que é essa tal da metacognição e estar
antenado com as novas tendências da psicologia corporativa.
É preciso ficar
claro que nas técnicas de avaliação das novas corporações um dos principais
critérios de seleção levará em conta o candidato que tiver sua metacognição
melhor desenvolvida.
Não por
coincidência a corporação que avalia a metacognição não apenas oferece os
melhores salários, mas também as melhores oportunidades de carreira.
Evidentemente esse
tema é gigantesco.
Desta forma tenho
que me desculpar desde já com os especialistas da área, frente essa minha
audaciosa tentativa de resumir nessas poucas linhas conceitos tão magníficos.
Para abrandar minha
consciência listo abaixo alguns livros, que penso, auxiliarão o leitor nessa
maratona.
No âmbito da
psicologia podemos conceituar cognição como sendo processo da aquisição do
conhecimento e sua interiorização, ou seja, a conversão de tudo que é
apreendido para o nosso modo de ser interno.
O conceito tem
origem no termo “cognitione” atribuído às ideias de Platão nos escritos de
Aristóteles e utilizado para denominar o conjunto dos processos mentais utilizados
na geração do próprio pensamento e na aplicação das diversas faculdades
mentais, tais como classificação, reconhecimento e compreensão, só para citar
algumas.
Além do julgamento
— através do raciocínio — e do aprendizado — a partir da observação, experimentação,
experienciação e do estudo — a cognição amplia-se também para a compreensão dos
sistemas e abarca a criatividade, bem como o desenvolvimento de soluções de
problemas.
Podemos dizer numa
forma mais concisa que a cognição é o funcionamento da mente humana quando
percebe, aprende, recorda e pensa sobre toda informação captada através dos
cinco sentidos e elabora através da criatividade informações novas e originais
capazes de inferir sobre seu comportamento e interagir e/ou modificar os ambientes
natural e social.
Em suma é a parte
mais nobre e sofisticada da inteligência humana.
Dito isso, é fácil
intuir que do ponto de vista evolutivo a cognição é a nossa melhor ferramenta
de adaptação ao meio.
Nesse processo pelo
qual o ser humano interage com os seus semelhantes e com o ambiente conservando
sua individuação e identidade existencial, observamos que o primeiro passo
cognitivo vem a ser a captação das informações do ambiente através dos órgãos
dos sentidos, processo esse, que em decorrência de sua interiorização,
caracteriza a percepção.
Com a repetição de
vivências e experimentações, as informações vão construindo o acervo da memória
individual, que também inferem na percepção.
Em ciclos cada vez
mais complexos envolvendo os aspectos límbicos, sensoriais e
sensíveis/emocionais o indivíduo vai construindo o seu “episteme”, ou
seja, sua tomada da realidade.
É da conjunção
desses processos mentais que vai surgindo o que se denomina em psicologia
cognitiva de “consciência individual” ou “cognição de si mesmo”.
Essa “consciência
individual” caracteriza o entendimento de que somos um ser à parte — um ser
individual — ou seja, temos aí, a percepção da nossa própria existência.
Assim podemos
avançar para o conceito de metacognição como sendo a cognição da cognição.
Em outras palavras
é a aplicação de todos os processos cognitivos para promover o reconhecimento,
o entendimento e o controle do próprio processo cognitivo.
A metacognição é em
síntese, a conjugação do metaconhecimento com o seu controle.
Ficou muito
complicado?
Vamos usar, então,
de uma analogia.
Vamos imaginar que
tanto o seu conhecimento individual quanto os recursos da sua inteligência,
tais como raciocínio, memória, fluência, etc. sejam ferramentas dentro uma
caixa.
Você terá uma
metacognição extraordinária se você souber com certeza:
1. Quais ferramentas
você tem na caixa e para que serve cada uma;
2. Como usar com
eficácia cada ferramenta;
3. Quais ferramentas
você precisará para realizar cada tarefa;
4. Quais ferramentas
lhe faltam;
Ficou melhor?
Vejamos pelo
currículo:
Existem
profissionais que são comunicativos, inteligentes, sabem trabalhar em equipe,
possuem um currículo invejável com graduação, pós-graduação, domínio de
idiomas, MBA, etc., porém não conseguem fazer sua carreira decolar. Por quê?
Um dos diagnósticos
mais frequente é a falta de metacognição que passa inevitavelmente pela falta
de autoconhecimento.
Não adianta ter
ferramentas e saber usá-las se você não sabe que as possui.
E o que é pior, de
forma arrogante, acredita que dispõe de todas as ferramentas de que precisará.
Frente ao exposto é
fácil entender a notícia de que existem apenas no Brasil centenas de vagas na
alta gerência com salários bem acima dos 5 mil dólares que simplesmente não
conseguem ser preenchidas.
E por que os mais
eficientess headhunters têm dificuldade de conseguir no Brasil
um profissional adequado para ocupar esses cargos?
Por que é Brasil.
Quem tem caixa não
tem ferramentas, quem tem ferramentas não tem caixa e quem tem caixa e tem
ferramentas ou não sabe que tem ou tem preguiça de usá-las.
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