sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

Melhor esperar um pouco.....


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Review: Surface Pro é o melhor tablet Windows, mas não é o bastante

Jon Phillips, PCWorld EUA
08 de fevereiro de 2013 - 08h30
Novo tablet da Microsoft é tão poderoso quanto um Ultrabook, porém maior e mais pesado que os concorrentes, e autonomia de bateria deixa a desejar
Surface RT foi uma promessa não cumprida. Quando foi lançado, em outubro passado, ele apresentou ao mundo o conceito de um revolucionário híbrido entre um tablet e um notebook, mas não conseguiu torná-lo realidade. Mas agora temos o Surface with Windows 8 Pro, a segunda parte da fascinante saga da Microsoft no mundo dos tablets. Este é o hardware pelo qual todos estávamos esperando.
A boa notícia: o Surface Pro é um melhora significativa em relação ao Surface RT. Tem uma tela muito melhor e hardware equivalente ao de um Ultrabook. E graças ao Windows 8 Pro e seu processador Intel, pode rodar todos os aplicativos “desktop” de que precisamos para sermos realmente produtivos. O Surface Pro chega muito mais perto de concretizar a união entre um Tablet e um PC em um único pacote, sem ressalvas.
A má notícia: o Surface Pro não leva a coroa na categoria de híbridos com Windows 8. E dependendo de suas necessidades, pode nem ser a melhor compra na categoria de portáteis com Windows 8 e preço até US$ 1.000. Isto é um problema, porque ele precisa se destacar como um design de referência “matador”, em vez de ser apenas mais uma opção “interessante, porém imperfeita” para os consumidores interessados no Windows 8.
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Microsoft Surface Pro, com a caneta acoplada (à direita)
Maior e com uma tela melhor
Em relação ao Surface RT e ao mais recente modelo do iPad de 9.7 polegadas, o Surface Pro é grosso, desajeitado e pesado. Tanto o iPad quanto o Surface RT pesam cerca de 680 gamas e tem 9,4 mm de espessura, ao passo que o Surface Pro pesa 907 gramas e tem 13,5 mm de espessura. Fiquei desapontado ao ver que os engenheiros em Redmond não foram capazes de impressionar o mundo com um design mais esbelto.
A tela de 10.6 polegadas e resolução de 1920 x 1080 pixels tem densidade de 208 pixels por polegada, o que dá uma nitidez que é praticamente indistinguível dos iPad “Retina” (que tem densidade de 264 ppi). Comparando o Surface Pro com meu iPad de terceira geração, tive que procurar muito para encontrar pixels visíveis e diferenças na qualidade da imagem, e quaisquer deficiências na tela do Surface Pro desapareceram quando o tablet estava afastado do meu rosto, ou apoiado sobre uma mesa.
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Surface Pro (à esquerda) e Surface RT (direita): mesmo design, porém maior
Mas as telas de 10.6 polegadas da família Surface não oferecem espaço suficiente para tarefas complexas em software de produtividade, como a edição de imagens. Nem é possível ter de forma confortável múltiplas janelas de bate-papo abertas em uma tela tão pequena. Por esses motivos é que o Surface Pro tem um conector Mini DisplayPort, que você pode usar para ligar o tablet a monitores e TVs seja nativamente, via HDMI ou via VGA (nos dois últimos casos, com adaptadores adquiridos separadamente).
Não tive nenhum problema ao usar o Surface Pro com um monitor Dell de 24 polegadas e resolução de 1920 x 1080 pixels, espelhando as duas telas na mesma resolução. E quando adicionei um mouse sem fio da Microsoft ao conjunto, o resultado foi um prático”desktop”, com a exceção de um teclado confortável, sobre o qual falarei mais adiante. 
Como o Surface Pro é um PC similar a um Ultrabook equipado com um processador Intel Core i5, ele enfrenta os mesmos desafios que um notebook na dissipação de calor. Como resultado, em vez do exterior “hermético” do Surface RT o Surface Pro tem uma “fresta” de ventilação que percorre o perímetro do chassis. Dentro do aparelho dois ventiladores quase silenciosos dissipam o calor através desta abertura. Durante meus testes o Surface Pro nunca me pareceu demasiadamente quente. Na verdade já vi meu iPad de terceira geração esquentar mais em alguns casos. Quanto ao ruído dos ventiladores, só foi possível ouví-lo quando encostei o ouvido no tablet.
Componentes e desempenho de um Ultrabook
Quando você mergulha na ficha técnica e resultados do Surface Pro em benchmarks não vê um tablet, mas sim um PC híbrido com Windows 8. Ele tem um processador Intel Core i5 de 1.7 GHz, 4 GB de RAM e vídeo Intel HD Graphics 4000 integrado. Há um modelo com 64 GB de memória interna por US$ 900, e outro de US$ 1000 com 128 GB, que foi o que analisamos.
Passei um bocado de tempo usando o Surface Pro para trabalhar no Photoshop, e a máquina entregou todo o desempenho de que eu precisava para a produção de imagens para websites. Os arquivos abriram num instante e redimensionamentos, rotações, conversões e filtros foram feitos rapidamente, incluindo o trabalho em um arquivo TIFF de 70 MB. O desempenho no Photoshop é mais impressionante quando você nota que o Surface Pro é só 226 gramas mais pesado e 4 mm mais grosso que o mais recente iPad.
Mas os gráficos integrados irão desapontá-lo se você tentar rodar jogos em 3D na resolução nativa de 1920 x 1080 pixels. Em nossos testes com Civilization V e Dirt Showdown a taxa de quadros (framerate, medida em quadros por segundo ou FPS) foi baixa a ponto de tornar impossível jogar, com números por volta dos 15 FPS. Mas é algo de se esperar em um aparelho com um processador Intel Core i5 e gráficos integrados. Conseguimos rodar Dirt Showdown a 34 FPS, acima do mínimo de 30 FPS para que seja “jogável”, depois que reduzimos a resolução para 1366 x 768 pixels e selecionamos a qualidade gráfica baixa.
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A "fresta" entre a traseira e a lateral do Surface Pro é na verdade uma saída de ventilação
Infelizmente o Surface Pro não tem muito espaço interno quando comparado a outros tablets e híbridos com o Windows 8. Isso limita as dimensões de qualquer componente interno, o que explica porque a Microsoft colocou no aparelho uma bateria de apenas 42 Watt/Hora. O resultado disso é que a autonomia é medíocre. Em nosso teste de reprodução de vídeo o Surface Pro aguentou apenas 5 horas e 8 minutos. É verdade que muitos Ultrabooks “puros” tem números similares, mas o Surface Pro parece um fominha quando comparado a tablets equipados com processadores ARM como o Surface RT e o iPad, que podem rodar por mais de 9 horas antes que o usuário tenha de procurar uma tomada.
Muito foi dito sobre a falta de “espaço em disco” no Surface Pro. No modelo de 64 GB apenas 23 GB, menos de 36% da capacidade anunciada, estão disponíveis para o usuário, com o sistema operacional, partição de recuperação e aplicativos instalados ocupando o restante do espaço. Enquanto isso o modelo de 128 GB tem 83 GB de espaço disponível, ou 65% da capacidade anunciada. Em comparação um iPad de 128 GB tem 96% da capacidade anunciada disponível.
Isso reforça a idéia de que o Surface Pro não pode ser seu único PC. Em vez disso, ele se torna a máquina secundária que você joga na bolsa quando precisa de algo portátil com bom poder de processamento, mas não de todos os seus aplicativos e documentos. Nesse caso use a nuvem (como o SkyDrive, Google Drive ou Office 365) para contornar a limitada capacidade de armazenamento oferecida pela Microsoft.
É possível liberar algum espaço no SSD copiando a partição de recuperação para um Pendrive e excluindo-a da máquina. Também há um slot para cartões microSDXC caso você precise de ainda mais espaço.
Caneta real, papel virtual
O recurso mais inovador do Surface Pro é a caneta inclusa, que transforma o tablet em uma superfície para escrita à mão ou desenho. Ela é 100% passiva, ou seja, não consome energia, mas pode ser encaixada no conector de força para não se perder. A Microsoft licenciou tecnologia da Wacom no desenvolvimento deste acessório, que é capaz de diferenciar entre 1024 diferentes níveis de pressão. Ao usar a caneta em um app como o Fresh Paint, por exemplo, um leve toque mal deixará uma marca no papel, mas se você pressioná-la com força irá saturar a “tela” com cor.
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A caneta do Surface Pro é de plástico, e tem aparência frágil
A sensibilidade da caneta é quase tão linear quanto a dos modelos de entrada da Wacom, a linha Bamboo, mas notei atraso na resposta e calibrar precisamente a posição da ponta da caneta foi um incômodo. Também fiquei desapontado com a construção dela: ela parece um brinquedinho de plástico barato, e não tenho muita confiança na integridade de seus componentes. No topo da caneta há uma pecinha de borracha que funciona como um apagador (mas o software precisa suportar este recurso). Também há um clipe para pendurá-la no bolso, e o conector magnético pode ser pressionado para simular um clique com o botão direito do mouse.
A caneta deve ser um recurso atraente para quem não tem nem um tablet com Windows, nem uma prancheta Wacom para desenho, mas quer ambos. O Surface Pro também pode servir puramente como uma superfície para desenho quando conectado a um monitor e a tecnologia de “rejeição de palma” impede que toques de sua mão sobre a tela sejam registrados, arruinando sua obra. Funciona bem.
No geral a caneta é inofensiva: útil se você precisa de uma superfície de desenho, ou para uma rápida anotação à mão, mas irrelevante sob outros aspectos. Serenity Cadwell, nossa especialista residente em pranchetas para desenho, disse que a caneta do Surface Pro não se compara aos produtos mais sofisticados da Wacom, mas ainda assim foi capaz de criar o maravilhoso desenho abaixo usando o SketchBook Express, da Autodesk.
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Uma ilustração feita com o Surface Pro, sua caneta e o software Autodesk SketchBook Express
Me preocupo em perder a caneta. Sim, ela é presa ao conector de força, mas ainda pode se soltar e desaparecer. Por isso nunca me senti confortável em simplesmente jogar o Surface no “poço sem fundo” que é minha mochila quando a caneta estava presa a ele. Se você perdê-la, terá de desembolsar US$ 30 por uma nova.
A Microsoft só me indicou três aplicativos que tem suporte à caneta: o Fresh Paint, o Autodesk SketchBook Express e o OneNote. É uma seleção fraca para quem quer demonstrar um dos principais recursos de seu produto, e se o Surface Pro quer se tornar um tablet de destaque, precisa de software à altura que chame a atenção dos usuários. Algum novo e sensacional jogo casual que fizesse uso da caneta seria uma boa opção.
Dá pra adotar o Surface Pro no dia-a-dia?
Apesar da fraca seleção de aplicativos de renome e alta qualidade na Windows Store, não tenho grandes objeções quanto ao uso do Surface Pro como um tablet. Não é tão elegante quanto concorrentes com o iOS ou Android, mas temos que fazer algumas concessões se quisermos o desempenho de um processador Intel Core i5.
O principal problema é que o Surface Pro não se sai tão bem como um substituto de um Notebook. Ele tem os componentes básicos para competir contra os Ultrabooks, mas o tamanho da tela e as opções de teclado não chegam ao mesmo nível de conforto destes portáteis. Uma tela de 10.6 polegadas pode ser suficiente para os apps sensíveis ao toque escritos para o Windows 8, mas um dos principais argumentos de venda do Surface Pro é o suporte a aplicativos desktop, escritos para versões anteriores do Windows. E trabalhar pra valer em planilhas, ou editando conteúdo, em uma tela tão pequena não é fácil.
As opções de teclado para a família Surface também não impressionam. A Microsoft transformou as capas Touch Cover e Type Cover em pontos centrais da campanha de marketing dos aparelhos, e em outubro passado, durante meus testes com o Surface RT, fiquei impressionado com o que a Microsoft conseguiu com a Type Cover. Mas três meses depois, o tempo que passei com as duas versões do Surface me ensinou que sempre irei preferir o teclado de um notebook convencional ou um teclado Bluetooth. Ambas as opções tem melhor resposta tátil e layouts mais tradicionais do que a Type Cover, o que resulta em mais agilidade e conforto na digitação.
O Surface Pro é superior ao Surface RT em múltiplos níveis. E também é o melhor tablet Windows “puro” (sem contar os teclados opcionais) e o modelo que recomendo. Mas o universo de hardware para o Windows 8 mudou significativamente desde que a família Surface foi lançada em Outubro passado. Temos muito mais opções à disposição, e dispositivos híbridos que se parecem mais com um PC do que com um tablet parecem ser uma escolha mais inteligente.
Microsoft, me dê uma tela maior e um teclado no qual eu consiga digitar o dia todo. Vocês estão tão, tão perto da perfeita fusão entre um tablet e um notebook! O Surface Pro ainda não é a resposta, mas está perto dela.
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