A cultura do Twitter
Como a nova mídia social está alterando nossos modos e costumes
O twitter está mudando nossas perspectivas com relação à forma que escrevemos e como nos comunicamos com os outros. É um desafio de síntese.
Em off: o parágrafo acima teve exatos 140 caracteres. Continuando: será que essa mudança cultura melhora ou piora nossa comunicação?
José Saramago, que deus o tenha (hahaha), quando indagado se pensava em abrir uma conta no twitter, escreveu:
“Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo…”
Saramago, assim não dá! Tem que fazer suas reflexões em menos de 140 caracteres aqui. É a experiência da síntese, da exposição do essencial.
Em off[2]: fiz outro parágrafo de 140 caracteres, mas esse eu precisei reescrever, pois tinha ultrapassado o número de caracteres.
Para um escritor prolixo, o Twitter é um desafio, ou um dilema. Para os preguiçosos, é um prato cheio para neologismo.
“Poxa Mari vc ñ sab como tou feliz de v vc de novo. Vamos marcar para sair miga que precisamos botar akele papo em dia ein bjs”
Ah, a falta de acentos, o uso das abreviações que nunca vi, o assassinato das vírgulas e pontos finais e, mesmo assim, compreensível.
Se antes a desculpa era a velocidade parar digitar “errado” no MSN, agora a desculpa é a falta de espaço.
Ora, 140 caracteres é realmente muito pouco? É lógico que isso abstrai um pouco da capacidade de argumentação da pessoa.
Mas o que explicaria, então, o sucesso da ferramenta? A verdade é que todos sempre quiseram uma vitrine para seus pensamentos.
E 140 caracteres é espaço suficiente para escrever um projétil dela. É isso o que a maioria das pessoas fazem.
A Ideia complexa é cansativa e chata. Vivemos numa época em que a profundidade das pessoas se perde em meio a tantas conexões.
O twitter cria um ambiente raso e abrangente. Ora, não é exatamente isso que busca o homem pós-moderno?
Percebo aqui o meu erro: não deveria ter proposto um post em parágrafos de 140 caracteres. Não dá. Para uma reflexão, o twitter não serve.
Para insights, talvez. É isso que a cultura do twitter representa: um começo. Não um meio, muito menos um fim.
É o começo das ideias, das divulgações, das interações, dos descobrimos, enfim, é o começo da conexão simples em escala global.
A cultura do twitter é uma cultura de inícios. Conforme o nível de profundidade aumenta, outros recursos são adicionados.
O Twitter não é um sucesso por si próprio. As várias identidades e redes que circundam o microblogging criam uma nova perspectiva.
É a era do princípio. E, como todo começo leva a um meio, encerro aqui o começo de minhas reflexões.
Quando tiver mais caracteres para escrever, farei um artigo completo sobre o assunto. Bem, acho que é isso. Obrigado por lerem até aqui!
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