sábado, 14 de agosto de 2010

Para refletir

A cultura do Twitter


Como a nova mídia social está alterando nossos modos e costumes

Cada parágrafo desse post será feito meticulosamente de forma a não exceder 140 caracteres. É um desafio e tanto, não acham?

O twitter está mudando nossas perspectivas com relação à forma que escrevemos e como nos comunicamos com os outros. É um desafio de síntese.

Em off: o parágrafo acima teve exatos 140 caracteres. Continuando: será que essa mudança cultura melhora ou piora nossa comunicação?

José Saramago, que deus o tenha (hahaha), quando indagado se pensava em abrir uma conta no twitter, escreveu:

“Nem sequer é para mim uma tentação de neófito. Os tais 140 caracteres reflectem algo que já conhecíamos: a tendência para o monossílabo…”

Saramago, assim não dá! Tem que fazer suas reflexões em menos de 140 caracteres aqui. É a experiência da síntese, da exposição do essencial.

Em off[2]: fiz outro parágrafo de 140 caracteres, mas esse eu precisei reescrever, pois tinha ultrapassado o número de caracteres.

Para um escritor prolixo, o Twitter é um desafio, ou um dilema. Para os preguiçosos, é um prato cheio para neologismo.

“Poxa Mari vc ñ sab como tou feliz de v vc de novo. Vamos marcar para sair miga que precisamos botar akele papo em dia ein bjs”

Ah, a falta de acentos, o uso das abreviações que nunca vi, o assassinato das vírgulas e pontos finais e, mesmo assim, compreensível.

Se antes a desculpa era a velocidade parar digitar “errado” no MSN, agora a desculpa é a falta de espaço.

Ora, 140 caracteres é realmente muito pouco? É lógico que isso abstrai um pouco da capacidade de argumentação da pessoa.

Mas o que explicaria, então, o sucesso da ferramenta? A verdade é que todos sempre quiseram uma vitrine para seus pensamentos.

E 140 caracteres é espaço suficiente para escrever um projétil dela. É isso o que a maioria das pessoas fazem.

A Ideia complexa é cansativa e chata. Vivemos numa época em que a profundidade das pessoas se perde em meio a tantas conexões.

O twitter cria um ambiente raso e abrangente. Ora, não é exatamente isso que busca o homem pós-moderno?

Percebo aqui o meu erro: não deveria ter proposto um post em parágrafos de 140 caracteres. Não dá. Para uma reflexão, o twitter não serve.

Para insights, talvez. É isso que a cultura do twitter representa: um começo. Não um meio, muito menos um fim.

É o começo das ideias, das divulgações, das interações, dos descobrimos, enfim, é o começo da conexão simples em escala global.

A cultura do twitter é uma cultura de inícios. Conforme o nível de profundidade aumenta, outros recursos são adicionados.

O Twitter não é um sucesso por si próprio. As várias identidades e redes que circundam o microblogging criam uma nova perspectiva.

É a era do princípio. E, como todo começo leva a um meio, encerro aqui o começo de minhas reflexões.

Quando tiver mais caracteres para escrever, farei um artigo completo sobre o assunto. Bem, acho que é isso. Obrigado por lerem até aqui!

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