O que você precisa saber para sua empresa entrar no mundo do IPv6
Versão mais atual do principal protocolo da Internet resolve o gargalo representado pelo 'quarentão' IPv4; como sempre, planejamento é a chave.
A Internet promete conectividade ilimitada. Mas, para essa promessa virar realidade, é necessário que um computador ou dispositivo conectado na rede encontre os outros por meio de um sistema comum de endereços.
O sistema atual de endereços virtuais, fruto de desenvolvimento dos anos 70, está ficando lotado e há um número reduzido de números à disposição. Para dar conta dessa contingência, entra em ação o esquema de distribuição de endereços IP chamado de IPv6.
Ao avançar o filme até os dias de hoje, vários milhões de usuários depois, chega-se próximo ao final da disponibilidade de endereços. Em teoria, quando todos os IPs estiverem ocupados será impossível conectar qualquer dispositivo novo na rede.
Há uma série de artifícios capaz de arrumar a casa e possibilitar a existência da Internet seguindo o endereçamento atual. Determinados provedores podem abrigar redes extensas sob um endereço IP público único, usando o esquema NAT, comum em redes de pequenas empresas e até na casa de quem usa um roteador wireless para dar acesso à rede para mais de um computador.
Apesar de economizar endereços IP, essas manobras influenciam no desempenho da rede. Em alguns países, principalmente nos em desenvolvimento, os provedores estão realizando leilões de endereços IP no “paralelo”.
Endereços IPv4 são compostos por conjuntos de quatro números, como 127.0.0.1. Isso é diferente de uma URL do tipo www.idgnow.com.br, que é traduzido por servidores do serviço de nomes de domínio (Domain Name System, ou DNS). Uma única URL pode apontar para vários endereços IP, assim como várias URLs podem estar direcionadas para um IP único.
Homologado em 1998 pela ICANN (Internet Corporation for Assigned Names and Numbers – Corporação da Internet para designação de nomes e números, em tradução livre do inglês), o IPv6 oferece um endereçamento de 128 bits, o que literalmente expande a base de endereços para o "modesto" volume de 340 multiplicado por 10 elevado a 36.ª potência. isso permite oferecer bilhões de IP para cada pessoa da Terra e vai desafogar o crítico e iminente esgotamento de endereços IP.
Os ataques chamados de Internet spoofing, por exemplo - aquele em que o sujeito envia uma mensagem jurando que quem envia é outra entidade -, estão com os dias contados.
Baseados em conexões mais robustas e seguras, os roteadores e firewalls da era IPv6 poderão oferecer maior proteção contra ataques anônimos. E a proteção de dados confidenciais será maior do que se pode ter hoje em dia.
Outra característica do IP versão 6 será a segurança de aplicativos essenciais, críticos. Entrada automatizada de pedidos e manutenção de contas de clientes e parceiros por sistemas de gestão de relacionamento estão entre os recursos beneficiados pelo IPv6.
Por oferecer mais controle na maneira em que informações são roteadas entre computadores, o IPv6 dá às empresas pequenas a oportunidade de aumentar sua segurança e equiparar-se aos esquemas brutais anti-invasão instalados em grandes corporações.
Aplicativos críticos, rich media, VPN e VoIP também irão usufruir de maior segurança e robustez. Uma conversa via VoIP, por exemplo, terá maior prioridade que um download ou acesso a qualquer outro arquivo.
Anunciada há vários anos, a chegada da versão 6 do protocolo IP continua a assombrar a perspectiva dos usuários e programadores da web. A data final de sua implantação ainda está em branco nos calendários do imprevisível mundo tecnológico. Determinadas localidades do mundo, especialmente na Ásia, vêm liderando a migração, junto com outros provedores de acesso.
O que parece inevitável é que, nos próximos dois anos, o IPv6 chegará.
Pequenas empresas terão, assim que o IPv6 começar a funcionar, que estar prontas em termos de software e de equipamento. Estar pronto para essa mudança é tarefa a ser levada a sério. Isso irá garantir que as tarefas essenciais atreladas ao funcionamento da web não parem.
Este trabalho também vai dar a oportunidade, às companhias, de negociar a compra de soluções agora, de maneira planejada e com margem para preços melhores; melhor que ter de comprar “já, pelo amor de deus, não importa o preço”.
Faça uma lista de todos os componentes da rede atuais e verifique a habilidade de eles interagirem com o IPv6. Fique atento. Existe fabricante por aí anunciando equipamento com possibilidade de suporte a processos ligados ao IPv6; dê preferência aos hardwares com suporte nativo.
No movimento migratório para o modelo IPv6, fique atento ao provedor de acessos, à estrutura da rede, ao servidor e às estações de trabalho.
De qualquer maneira a maior parte do trabalho pesado ficará a cargo do provedor. Assim que este estiver pronto para o admirável mundo novo, as estações de trabalho e o servidor irão embarcar de pronto na onda.
Os sistemas operacionais, como Windows, Linux, e Mac OS, já estão prontos para trabalhar em redes IPv6. O Windows 7, por exemplo, já inclui as configurações dessa modalidade de IP nas interfaces de rede. As questões mais críticas estão localizadas em nível de infraestrutura de rede.
Roteadores, switches, dispositivos de segurança, impressoras e aparelhos de fax com menos de dois anos de idade provavelmente estão prontos para decifrar o IPv6.
Se o equipamento tiver entre dois e cinco anos, talvez possa oferecer suporte ao novo esquema. Com hardware de cinco anos ou mais velho, a aderência ao IPv6 será bastante incerta, e a migração para o IPv6 será uma boa razão para trocar de equipamento.
Infelizmente não existe um programa de certificação de hardware com adesivos do tipo “Pronto para o IPv6”, o que demanda que você investigue, na documentação do fabricante, se o hardware em questão “gosta” ou não de endereços IP com 128 bits. Realizar um levantamento de atualizações de hardware ou de firmware é a sugestão do dia.
Se a infraestrutura ainda não estiver redonda para trabalhar com o modelo 6 de IPs, o uso de protocolos de transição é uma saída temporariamente possível. Há várias dessas “muletas” para usar; 6to4, Teredo, 6over4 e ISATAP são só algumas delas. Cada um dsses programas,”embrulha”, por assim dizer, endereços que vêm em formato IPv6 em pacotes IPv4. Dada a pouca estabilidade e segurança também limitada, essa muleta não deve ser utilizada ad infinitum.
Quando sua empresa estiver pronta para o IPv6, você poderá usar alguns sites para verificar se a conectividade está OK. Alguns casos de teste são os sites da Google ipv6.google.com e ipv6.youtube.com. O teste é simples: se você digitar "ipv6" antes de um nome de domínio (como "google.com") e o site aparecer no navegador, então você tem conectividade IPv6. Caso contrário, ainda haverá trabalho a ser feito.
Comece agora, faça um inventário, e elabore um plano para a transição. Dessa forma, sua empresa estará preparada para tirar proveito do IPv6, sem sofrer no processo.
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